Lembro, aqui nesta mensagem a contribuição inestimável para a luta emancipacionista das mulheres brasileiras do pensamento de Loreta Valadares — militante comunista na Bahia, até o fim de sua vida — quando disse em 2007: “O marxismo deve ser uma das fontes básicas do feminismo emancipacionista, em particular por sua proposta de radicalidade, de transformação social radical das bases, das estruturas da economia política e das culturas de relações sociais pautadas em subordinações”.

Esta luta emancipacionista das mulheres na história teve um ponto destacado em 1910 — durante o Congresso Socialista Internacional — realizado em Copenhague, quando Clara Zetkin, Alexandra Kolontai e Rosa Luxemburgo, lideraram o debate em torno da questão da emancipação das mulheres. O nosso desafio atual, no entanto, é aprofundar a compreensão do impacto do contexto econômico na vida das brasileiras, as mudanças ocorridas no mundo do trabalho e sua expressão no plano da luta de ideias.

Um dos aspectos importantes dessa luta no Brasil é a reduzida participação das mulheres na luta política organizada. Dos 33 partidos legalizados no quadro partidário brasileiro, apenas 4 deles tem mulheres em sua presidência. Um deles é o Partido Comunista do Brasil, com Luciana Santos presidenta do Partido. Este partido vem realizando esforços permanentes para que as mulheres ocupem seu lugar destacado nas estruturas partidárias. E estas próximas eleições deverão ser mais um marco neste processo de empoderamento feminino no PCdoB.

Por isso, mas do que belas palavras, temos que lutar praticamente, no dia-a-dia, para o objetivo de transformar a questão da mulher no capitalismo como um problema ligado à emancipação humana, como parte do processo civilizatório brasileiro.

Viva o dia Internacional da luta pela emancipação das mulheres!

*Renato Rabelo é presidente da Fundação Maurício Grabois.