A porta estreita

 

 

Entre estar vivo e a morte
um interstício apenas, porém se
do próprio sono limitado ao permanente
é tão profundo o limiar de incógnita!

Como saber no emaranhado
de voz, silêncio, gesto e rigidez,
o tempo inicial da irreversível
ausência e o derradeiro arfar do peito?

Como saber onde começa o adeus,
onde parou o olhar, onde os ouvidos
desceram véus imateriais ou quando

os sentidos, ornados de indiferença,
caminham já na outra margem frios
a este rumor de vida que não cessa?

 

Bandeira Tribuzi – Obra poética – editora Siciliano
Maranhão sempre.