Prosa@Poesia
Amanhecer
Pablo Neruda Publicado em 15.06.2012
Amanhecer
Esta manhã o sol saiu bem cedo,
eu estava na faina da manhã.
Ergui as duas mãos,
fiz uma ação de graças.
Como canções dois pássaros voaram
e se perderam na distância...
O sulco aberto e fresco era um milagre
que sorria...
Meu coração tremeu ao novo dia
que a luz mal acabava de parir,
graças candentes como aquelas minhas
ninguem pôde sentir.
Finquei as minhas mãos no sulco novo,
vaso de amor.
Columba ensanguentada - pelo céu o sol ....
Pablo Neruda - Livro O rio invisível - poesia e prosa de juventude