Ontem foi como se me despisse
Me deixando exposta e nua
Horizonte sem mar
Rios temporários
Drenagens assoreadas
Vulcão extinto
Paisagem nua
Rochas erodidas
Sem morros testemunhos
Hoje,geleiras se esvaindo
Morainas laterais
Me perco a cada dia
Me desprendi do cais
Busco o fim da rua
Abismos descomunais
Preciso criar outro mapa
Costurar as velas
Adivinhar o horizonte
Inventar uma bússola
Decifrar a carta
Varrer a insônia
Construir o sonho
Provocar tremores
Oscilar o corpo
Sair de mim
Agora, como se me despisse!
Encontrar o rumo

Tereza Lucia Avelar – nasceu em Belo Horizonte – é professora -comunista. Fez Geografia e Análise Ambiental. Escreve nas horas mais inusitadas,sem controle. Parece que as palavras acumulam e qualquer ação desencadeia o texto.Total descontrole.Depois vem a calmaria o poema nasceu!
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