Vozes e cantos da rua

Tzares, tzares tremiam,
Tzares, tzares tremem!
Para o ô
Para o oco da foice
Patrões,
Para o ô,
Para o oco
Patrões,
Para o ô,
Para o oco
Tzares,
O tzar,
O tzar,
O povo,
O po,
O povo.
Ferreiro,
Malha,
Malhador.
A rou,
A roupa
Rapa
Dos patrões,
Para o ô, para o ô, os tzares
Rapa
E põe
O povo.
Malha,
Malhador,
Os tza
Os tzares
Para o oco,
E que se dani
Fiquem
Na Sibé,
Na Sibéria lá nos mon,
Nos montí,
Tículos brancos de neve.
Patrões, patrões põe
Põe, põe,
Povo,
Põe,
Põe,
Povo,
Põe o tzar branco,
Põe o tzar branco! O tzar branco!
O tzar branco!
– O tzar!
E nós? – E nós olhamos, e nós, nós olhamos!
Tzares, tzares tremem!
Eles tremem, tremem!

O grão-duque
O quê? É agora?
(Olha para o relógio)
Sim, está na hora!
novembro 1921

(Tradução de Augusto de Campos e Boris Schnaiderman)

Poesia russa moderna – Nova antologia
Traduções de Augusto e Haroldo de Campos
Com a revisão ou colaboração de Boris Schnaiderman
Editora Brasiliense – edição 1985