Vivíamos no intestino do recife
e o capibaribe
era um prato de sonhos
onde digeríamos versos

vai longe o tempo
em que fuzis e baionetas
poderia ser canto
enternecido e libre

geração ácida
que diluía a alma em álcool
e fazia da redoma o copo

com certeza senhores
vai longe, muito longe, o tempo
em que tiramos o papel do limbo
e cravamos o punhal no branco