Prosa@Poesia
Falho e perfeito
Adalberto Monteiro Publicado em 01.11.2017
Quando a saudade de quem se foi, se expressa, repetidamente, num ato falho cotidiano...

Por longos anos,
Em Finados depositava
Lágrimas e pétalas
Sobre o túmulo.
Depois a lembrança ficou
Naquele aquífero subterrâneo
Da saudade.
Vez ou outra e sem dor
Ela emergia num ato falho...
Como, agora, neste feriado,
Em meio de semana,
E a vida dele
Bem pra lá da metade.
Ao preparar o café
Sua mão repetiu
Aquela medida exata
De quantidade e sabor
Que dava para os dois...