O pior é que o terrorista não está sozinho em sua cruzada ultraconservadora. Muitos setores da política e da sociedade, dentro e fora da Europa, quando não apoiam abertamente, são condescendentes à perseguição feita contra grupos que julgam ser nocivos à sua cultura e economia. E é alarmante pensar que essas ideias fascistas podem se alastrar pela internet.

Aliás, o Brasil também foi alvo do facínora norueguês. Segundo sua opinião distorcida, o país seria um exemplo “catastrófico” da miscigenação, o que não é verdade. Graças ao seu povo trabalhador, criativo e combativo, o Brasil vem caminhando no sentido contrário ao da Europa: já ocupa a sétima posição entre as maiores economias; tem se desenvolvido e combatido a miséria com distribuição de renda e enfrenta a crise investindo internamente e garantindo suas políticas sociais.

As mortes ocorridas no país nórdico não poderão ser ignoradas; é chegado o momento de os governos europeus enfrentarem mais do que a crise econômica e fazerem frente à crise humana e ideológica que alimenta a radicalização em suas sociedades, antes que outros massacres aconteçam.

Ao mesmo tempo, é importante que as autoridades brasileiras atentem para as cada vez mais comuns ocorrências de crimes de ódio, de maneira que nosso país não se torne terreno fértil para manifestações de barbárie. Somente a união dos povos e o respeito às diferenças de qualquer espécie serão capazes de construir países fortes, solidários e pacíficos.

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Vereador pelo PCdoB e presidente da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania, Segurança Pública e Relações Internacionais da Câmara Municipal de São Paulo