O governo romeno tem atendido a determinações específicas do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da União Européia (UE), dos quais recebeu um empréstimo de 20 bilhões de euros, a fim de enfrentar a grave crise que assola o país.

A Romênia é um dos mais pobres países-membros da UE, com expectativa de vida de 72 anos. O desemprego cresce galopantemente no país que, em fevereiro deste ano, atingia 8,3% e, em janeiro, 8,1%, enquanto os desempregados com idade inferior a 29 anos somam 25,55%.

As específicas medidas adotadas pelo governo determinam redução em 25% dos salários de funcionários públicos, 15% das aposentadorias e salários desemprego, além de corte de 20% nos gastos dos ministérios. Ainda foi decretado corte de 15% das ajudas sociais aos deficientes físicos, viúvas, veteranos de guerra, famílias de um filho e, ajudas aos recém-nascidos.

Desde o dia 1º do mês passado foram congeladas as aposentadorias prematuras, enquanto requerimentos para concessão de aposentadorias para deficientes físicos serão aprovadas apenas por grupos especiais do Ministério do Trabalho. Ainda, o governo já demitiu 106 mil funcionários públicos.

A propósito, em recente visita ao país o chefe da missão do FMI, Jeffrey Franks, destacou a necessidade de demissão de cerca 1,36 milhão de funcionários públicos. E, por fim, o governo anunciou que não será pago este ano 13º salário ao funcionalismo público.

Explosão a vista

Forte é o descontentamento do povo por causa desta impopular agressividade. Desde a semana passada realizam-se manifestações de aposentados e agricultores, tanto na capital, quanto no interior do país. Os aposentados, desesperados, exigem atendimento médico e hospitalar grátis e manutenção dos atuais limites para aposentadoria.

A Federação Nacional dos Aposentados decidiu acionar o governo por falta de cumprimento da Lei 250/2007, de acordo com a qual o valor da aposentadoria é igual a 45% do salário médio bruto.

Também os professores já iniciaram fortes manifestações reagindo contra as reduções de suas ajudas de custo e, por causa da falta de cumprimento por parte do governo da promessa de aumento salarial, contra as já planejadas 15 mil demissões, assim como contra o aumento do limite de idade para aposentadoria exigido pelo governo.

Este ano já foi dado sinal verde também para uma série de demissões propostas pelo Ministério dos Transportes, totalizando 4 mil trabalhadores, enquanto estão planejadas outras 6.700 que ocorrerão em consequência da privatização das ferrovias.

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Fonte: Monitor Mercantil