A crise econômica internacional que eclodiu em 2007 afetou, negativamente, todos os países, incluindo os árabes e muçulmanos do Grande Oriente Médio. E, obviamente, os estados islâmicos da Ásia sofrem as mesmas consequências da crise financeira mundial, da crise de dívida e da incessante incerteza sobre o futuro dos mercados e das economias internacionais.

Ao contrário, a Turquia, no âmbito de seu reaquecimento econômico, constitui a 16ª maior economia mundial, tendendo, rapidamente, tornar-se a 15ª, enquanto, na Europa, emerge como superpotência periférica.

O primeiro-ministro da Turquia, Retzep Tayyip Erdogan, e seu governo despenderam grande volume de massa cinzenta para a abertura e a liberalização da economia turca, proporcionando generosos incentivos tributários e de investimentos. E com uma política monetária e fiscal restrita conseguiram dentro de oito anos triplicar o Produto Interno Bruto (PIB) per capita, atingindo assim US$ 11 mil, ou cerca de 8.200 euros.

Uma indireta comparação com a economia do Egito comprova que o PIB egípcio encontra-se estacionado no mesmo nível de 20 anos passados. Em outras palavras, a economia do Egito não cresce há 20 anos. Será que estes dados, devidamente documentados, interpretam as razões de eclosão da insurgência política e social provocada neste país e, paralelamente, justificam a ausência de semelhantes eventos políticos e sociais na Turquia, pelo menos, em grau tão elevado?

Exemplo muçulmano

A Turquia projeta-se, atualmente, como o país muçulmano modelo para os sofridos Estados muçulmanos, porque dispõe – por um lado – um regime democrático e, por outro, uma emergente economia aberta e liberal.

E é indicativo que sua dívida pública, que constitui o mais importante indicador macroeconômico que proporciona informação sobre a futura evolução da economia, oscila em torno de 48% do PIB turco, percentual que atende ao critério de Maastricht.

Além disso, o ritmo de crescimento da economia turca atingiu 7,2% ano passado, ano realmente desfavorável para a economia internacional e, especificamente, para a União Européia (UE), com crise de dívida, déficits gêmeos, problemas de correção e outros.

A fatia de mercado dos produtos turcos nos mercados dos Bálcãs, do Grande Oriente Médio, da Hiper Caucásia e da Europa está evoluindo favoravelmente, resultando, em consequência, elevado fluxo de capitais dos desempenhos das exportações e crescentes desempenhos positivos para as empresas produtoras e distribuidoras, os fornecedores e a corrente total de empresas.

Estas, para a fabricação bem sucedida dos produtos exportados, absorvem mão-de-obra especializada e não, contribuindo assim, decisivamente, para redução do percentual de desemprego, que constitui problema para a economia e sociedade turca.

Os turcos conseguem projetar, com estratégia de comunicação e marketing eficaz e ações impulsivas, a Turquia atual, especificamente, as cidades de Istambul e Ancara, além dos demais centros urbanos como regiões específicas para ingresso de investimentos estrangeiros diretos, destacando seu crescimento econômico, as obras de infra-estrutura, os centros empresariais das regiões Levent e Maslak – com seus arranha-céus que sediam os escritórios centrais de grandes empresas turcas e multinacionais.

Também projetam a imagem do país gigantescos shopping centers, como o Sanko Park, em Gaziantep, e o fórum na região de Bayrampaxá aqui, em Istambul. Esta era a mais desvalorizada das regiões desta famosa cidade e já tem evoluído sensivelmente com programas de investimentos que, também, elevaram o nível de vida local.

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Fonte: Monitor Mercantil