Nova rodada de aquisições e fusões inicia o "grande doente" da economia espanhola, o setor financeiro. A Caja de Ahorros del Mediterraneo (CAM) – banco de poupança – é o primeiro que passará a "outras mãos" com duas prováveis soluções no proscênio: estatização ou compra. As negociações com outros três bancos de poupança terminaram em beco sem saída, fornecendo à imprensa nacional e internacional novos cenários.

De acordo com o Wall Street Journal, maiores possibilidades reúne a solução de estatização. As necessidades de capital do CAM atingem a 2 bilhões de euros, volume de recursos que, ao que tudo indica, o Banco Central do país está disposto a liberar.

Aliás, a única certeza é que o CAM não será o único que precisará da injeção de recursos do Banco Central. O Banco da Espanha (BC) estima que mais 12 bancos de poupança necessitarão de injeções estatais de recursos totalizando 15 bilhões de euros, mas, segundo fontes do mercado, este volume será multiplicado até 50 bilhões de euros.

O segundo cenário que reúne consideráveis possibilidades é a fusão do CAM com o Banco Santander, maior grupo financeiro do país e da Zona do Euro. Segundo o jornal espanhol El Economista, o Banco da Espanha tenta evitar sua intervenção (estatização) e impulsiona a solução de oferta pública de propostas. O Santander, por intermédio de sua subsidiária Banesto, surge como o mais provável comprador por causa de sua forte base de capital.

Acordo com FMI

Igualmente seguro, com a mudança de proprietário do CAM, é o fato de que outros bancos de poupança seguirão o mesmo caminho. Os primeiros na lista são Cajastur, Caja Cantabria e Caja Extremadura (que por pouco não foram fundidos com o CAM), os quais já iniciaram novos contatos com prováveis compradores.

Declarada pretensão do governo espanhol é acelerar a "centralização" do setor bancário, a fim de se evitar o risco da "irlandização", isto é, aquilo que atemoriza o Governo da Espanha é o inchaço dos problemas dos bancos que, em consequência, necessitarão de maiores injeções de liquidez pelos fundos públicos.

Por enquanto, os volumes de recursos disponíveis para salvação dos bancos espanhóis empalidecem diante dos 100 bilhões de euros que o governo de Dublin liberou para salvar os bancos irlandeses.

Para piorar as perspectivas espanholas, a Irlanda já aceitou o acordo da intervenção do Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Central Europeu (BCE) e União Européia (UE) e, consequentemente, a possibilidade de "irlandização" atemoriza mais, ainda como cenário improvável.

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Fonte: Monitor Mercantil