O vice-presidente do Partido Comunista do Brasil, Walter Sorrentino, lamentou a morte do arcebispo emérito de São Paulo. Para Sorrentino, a vida e luta de Dom Paulo foi um “primor de dedicação ao Brasil e aos brasileiros, à democracia, cidadania e direitos humanos”.

“Dom Paulo Evaristo Arns teve papel decisivo na luta contra a ditadura pela capacidade de diálogo e mediação, mas também pela coerência e firmeza. Foi um dos grandes atores da luta de nosso povo e entrou para a história desse país, ainda em vida, merecidamente”, afirmou o dirigente comunista.

Ele conta que, ao longo da sua história, o PCdoB teve convivência com Dom Paulo “que lhe granjeou um imenso respeito”. Para exemplificar esse laço de amizade e respeito, Sorrentino citou a homenagem proposta pelo então vereador Jamil Murad, também dirigente do PCdoB, da Câmara Municipal de São Paulo, ao arcebispo por ocasião dos seus 85 anos. 

E conclui: “Pessoas assim não morrem jamais em nossa memória. O PCdoB inclina suas bandeiras com pesar pela sua morte e seguirá o legado que ele deixou em prol da paz, justiça e liberdade”.

Aldo Arantes

Para a vida de algumas pessoas, a atuação de Dom Paulo Evaristo Arns representou o fim da tortura e da repressão. É o caso de Aldo Arantes, advogado, membro do Comitê Central do PCdoB, que foi preso pela ditadura em 1976, por ocasião da Chacina da Lapa.

“Dom Paulo Evaristo Arns teve uma atitude muito corajosa de combate à ditadura militar e de solidariedade aos presos, de apoio e denúncia da tortura e dos assassinatos”, reafirma Aldo.

E segue: “Eu, pessoalmente, tenho um reconhecimento muito grande e uma gratidão profunda pela sua luta em defesa da democracia e o papel que desempenhou na minha vida, pois a atitude que ele tomou naquele momento ajudou que a tortura que era cometida contra mim cessasse”.

Arantes conta que em 1976 foi preso, juntamente com outros trabalhadores. “Minha mãe, que foi me visitar no DOPS e viu as marcas da tortura, o procurou. Ele revelou que Dilermando Monteiro, então comandante do II Exército, havia prometido que não haveria tortura, mas minha mãe mostrou que não era verdade e pediu ajuda. Dom Evaristo disse que a saída era denunciar, mas que todos corriam o risco de sofrer o que eu estava sofrendo. Minha mãe, com o apoio do Dom Evaristo, denunciou”, relembra.

Tomei conhecimento dessa conversa mais tarde, depois da anistia, ao falar com d. Paulo, quando fui a ele agradecer seu empenho. 

Aldo disse que após sua libertação, decidiu fazer uma visita ao arcebispo, como forma de agradecimento pela sua atitude. “Dom Paulo me confidenciou que antes da minha prisão na Lapa, tomou conhecimento de que a repressão iria realizar o massacre e tentou nos avisar, mas não conseguiu, pois muitos estavam na clandestinidade. Ele ficou sabendo disso num encontro na embaixada americana”, conta.

A chacina da Lapa aconteceu em 16 de dezembro de 1976. Foi uma operação da ditadura militar contra o Comitê Central do PCdoB, que culminou com o assassinato de três dos dirigentes do partido: Pedro Pomar, Ângelo Arroyo e João Batista Drumond.

E acrescentou que Dom Paulo contou a ele que após a denúncia da tortura, o general Dilermando, que assumiu o comando do exército após o assassinato do jornalista Vladimir Herzog e do metalúrgico Manoel Fiel Filho, havia jurado que, enquanto fosse general, não haveria tortura.

“Após a denúncia da minha tortura, o general passou a ligar para ele para pedir que fosse celebrada uma missa de 31 de março. Ele não aceitou. O general insistiu em tentar falar com ele por telefone, até que decidiu ir pessoalmente até Dom Paulo. O general dizia que era uma data muito importante, mas Dom Paulo o lembrou da promessa que havia feito e descumpriu. Que daria licença, se houvesse indícios, para que um representante de Arns visitasse o DOI-CODI. E uma Delegação Internacional de Juristas Católicos, a seu pedido, foi proibida de visitar os presos. O general se calou e foi embora”, contou. 

E conclui: “Todo preso político ou qualquer pessoa que conheça a luta contra a ditadura tem que reconhecer o papel do Dom Evaristo. A sua opção pelos pobres, pelos trabalhadores e pela liberdade une cristãos e comunistas. Nós temos o dever de reconhecer o seu papel nessa luta”. 

Destaco sua coragem pessoal. Sua atitude era uma afronta ao regime militar. Isso ficou claro quando, depois da Chacina da Lapa, em 1976, fui preso. Na tortura os carrascos xingavam o cardeal de todos os nomes imagináveis. Manifestavam um ódio imenso ao se referir à figura dele. 

Haroldo Lima

Em março de 1973, um brilhante estudante da USP, que militava na Aliança Libertadora Nacional (ALN), Alexandre Vanucchi, fora preso. A repressão divulgou que fora “atropelado” quando tentava fugir. Na verdade, fora morto na tortura. Era mais um. Mas dessa vez foi diferente.

O Cardeal de S. Paulo D. Paulo Evaristo Arns promoveu na Catedral da Sé de São Paulo um culto que chamou de “Celebração da Esperança”, homenageando o estudante morto. Homenageando um “subversivo”? Era uma luz. Uma luz no fim do túnel, uma figura de destaque na sociedade brasileira que se levantava abertamente para dizer “não”, para denunciar com seu gesto o terror que estava acontecendo sorrateiramente.

Mas o ambiente de arbítrio continuava. E pouco mais de dois anos depois, em outubro de 1975, novo crime foi perpetrado pela ditadura, com o assassinato do jornalista Wladimir Herzog nas dependências do Doi-Codi de São Paulo. Aí D. Paulo Evaristo elevou o tom do protesto. 

Juntamente com o reverendo Jaime Wright, da Igreja Presbiteriana de São Paulo, e com o rabino Henry Sobel, da Congregação Israelita Paulista, Dom Paulo Evaristo abriu as portas da Catedral Metropolitana de São Paulo e promoveu um Culto Ecumênico que aglutinou milhares de participantes, significando uma ampliação substancial das forças que se opunham à ditadura. O Culto teve enorme repercussão.

“A nossa turma, que estava em confronto aberto com o regime, exultou. E eu, atento às possibilidades de que uma prisão pudesse me acontecer, informei à minha companheira Solange, que comigo vivia na clandestinidade: se qualquer coisa me suceder e eu sumir, procure esse D. Paulo Evaristo e peça que ele ajude”.

Não deu outra. “Em dezembro de 1976, a repressão desabou sobre uma reunião do Comitê Central do PCdoB e cometeu a Chacina da Lapa. Matou três, prendeu cinco, eu no meio”. 

Nos dias seguintes, a cidade e o mundo tomaram conhecimento da chacina, souberam dos mortos, mas o Exército não revelava nem os nomes nem o paradeiro dos presos. Providências diversas foram tomadas, pelos familiares, pelos movimentos de defesa de direitos humanos e por políticos democratas. E nada. Os dias iam passando. “Agentes da repressão forjaram em minha casa, nas vistas de minha família ali detida, uma ‘espera’ de meu retorno. Eu já estava preso. Como não voltara, criaram a versão de que eu escapara”. 

Solange se lembrou do que Lima dissera. E junto com advogados de fibra, Luis Eduardo Greenhalgh e Márcia, foram a D. Paulo. “Se Haroldo tivesse escapado já tinha dado sinal de vida”, dizia Solange. E contudo, o Exército não reconhecia a prisão de ninguém. 

“D. Paulo, solícito atendeu à minha companheira e advogados. Pensou, balançou os prós e os contra e tomou uma iniciativa destemida e de alta eficiência. Chamou a imprensa e revelou que ele já estava com a lista completa dos que foram presos, que estava aguardando a confirmação oficial do Exército. Pouco depois o Exército divulgou a lista dos presos. Houve comemoração: eu estava preso, não morto”.

José Carlos Ruy

“Não matarás. Quem matar, se entrega a si próprio nas mãos do Senhor da História e não será apenas maldito na memória dos homens, mas também no julgamento de Deus!” – estas palavras fortes foram pronunciadas na Catedral da Sé, em São Paulo, em 31 de outubro de 1975, segundo o jornalista José Carlos Ruy, durante o culto ecumênico em memória do jornalista Vladimir Herzog.

Seu autor, o cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, é usualmente um homem doce, afável e calmo mas, naquele momento, sua indignação estava no auge.

“Numa ocasião, em 1979, fiz, juntamente com o colega Roldão Arruda, uma entrevista com Dom Paulo para o jornal Movimento. Com cuidado, perguntei a ele sobre a existência de Deus. Recebi a resposta de um homem sábio: sei do que você está falando! Você não acredita, mas para Deus isso não tem importância; o que conta é a ação e vocês estão na luta ao lado do povo. Para Deus, é o que vale!”

“Fiquei surpreso; afinal, era o cardeal! A mais alta autoridade da Igreja em minha cidade!”, afirmou Ruy. “Com o tempo compreendi a valorização da ação que estava implícita naquelas palavras.”

E a ação sempre foi, para ele, a luta ao lado do povo, dos mais humildes, contra a opressão e a injustiça. Caminho que seguiu sempre e reforçou desde sua ordenação sacerdotal, em 1945.

É um trabalhador incansável. Sacerdote, professor, escritor e editor.

Como bispo auxiliar, atuou na Zona Norte da capital paulista; uma de suas funções era visitar os presídios – sobretudo os cárceres políticos – e destacou-se pela luta sistemática, na qual usou o poder e o prestígio da Igreja, contra as torturas e as violações dos direitos humanos.

Em São Paulo, foi um animador das comunidades eclesiais de base, o grande guarda-chuva sob o qual a oposição popular contra a ditadura se reuniu, sobretudo na periferia, até o final do regime discricionário. Este movimento culminou, em 1978, no grande Movimento do Custo de Vida (depois conhecido como Movimento Contra a Carestia). 

Dom Paulo ficou conhecido, entre os lutadores pela democracia, como o “cardeal dos direitos humanos” – em 1972 foi o fundador e dirigente da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo. Antes, em 1970, fora criada a Pastoral Operária de São Paulo.

Colocando sua autoridade eclesial a serviço do povo, contra a ditadura, Dom Paulo encontrou-se incontáveis vezes com autoridades do regime do arbítrio, desde comandantes militares até, no topo do regime, o general Golbery do Couto e Silva, a quem levava denúncias e exigências de esclarecimento sobre prisões e desaparecimentos políticos.

Foi perseguido por essa luta. Em outubro de 1973, indignado com a tortura, realizou uma Semana dos Direitos Humanos em São Paulo. Imprimiu 150 mil cópias da Declaração Universal dos Direitos do Homem, da ONU, da qual o Brasil é signatário, para debate nas paróquias e comunidades eclesiais de base.

A resposta da ditadura foi rápida – mandou fechar a rádio 9 de Julho, da Cúria Metropolitana de São Paulo, para calar sua voz.

A reação do cardeal ao “suicídio” de Vladimir Herzog foi pronta: era preciso uma grande manifestação contra a barbárie que crescia. “Não sei se não é a hora de um protesto mais forte. Quem sabe sair pelas ruas, gritar, protestar contra isso tudo”, disse então.

Num encontro com o jornalista Fernando Pacheco Jordão, Dom Paulo contou ter sido procurado, na véspera do culto ecumênico realizado em 31 de outubro de 1975, por dois secretários do governo paulista, que tentaram convencê-lo a desistir pois um dirigente católico não podia orar por um suicida. A resposta de D. Paulo foi um corajoso desmentido para a versão difundida pela repressão: “Amanhã eu estarei na Catedral, rezando por Vladimir, porque tenho a plena convicção de que ele não se suicidou”.

“Aquele foi um ponto alto na cordilheira de cumes elevados que foi a ação de Dom Paulo na luta pela democracia e pelos direitos humanos”, afirma Ruy.

A voz de d. Paulo ressoou no templo exprimindo o sentimento dos democratas: “A liberdade – repito – a liberdade humana nos foi confiada como tarefa fundamental, para preservarmos, todos juntos, a vida do nosso irmão, pela qual somos responsáveis, tanto individual quanto coletivamente”. 

E disse: “Basta! E hora de se unirem os que ainda querem olhar para os olhos do irmão e ainda querem ser dignos da luz que desvenda a falsidade”.

Mas a luta iria ainda ser longa. D. Paulo tentou informar aos dirigentes do Partido Comunista do Brasil sobre a invasão planejada pela repressão à reunião do Comitê Central. A informação fora recebida através do cônsul norte-americano em São Paulo e dizia que a sede do PCdoB seria invadida por agentes da repressão. Dom Paulo passou a informação a dirigentes partidários a quem tinha acesso. “Mas não consegui salvar todo o grupo”, lamentou mais tarde.

Em setembro de 1977 ele se encontrava em Roma, e teve que voltar imediatamente. No dia 22 daquele mês a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foi invadida por policiais e militares para reprimir o Encontro Nacional de Estudantes que lá ocorria. Foi uma afronta direta à sua autoridade eclesiástica. Lá estavam cerca de dois mil estudantes; a ação repressora foi extremamente violenta e mais de 700 estudantes foram presos. Dom Paulo reagiu com indignação registrada em sua declaração: “na PUC só se entra prestando exame vestibular, e só se entra na PUC para ajudar o povo e não para destruir as coisas”.

Mais tarde, entre 1979 e 1985 – com o pastor Jaime Wright – foi um dos animadores do projeto Brasil Nunca Mais, que resultou num grande e corajoso livro de denúncia dos crimes da ditadura. O trabalho foi feito sob sigilo, e copiou mais de um milhão de páginas de processos do Superior Tribunal Militar (STM), levadas ao exterior por segurança.

Movimentos sociais

A atuação do cardeal D. Paulo Evaristo Arns na resistência à ditadura no Brasil ajudou a consolidar o Movimento Contra a Carestia nos anos 70. Lideranças daquela fase relembram que D.Paulo abriu as portas da igreja católica para donas de casa e militantes sociais denunciarem, inicialmente, o alto custo de vida e, posteriormente, o caráter antidemocrático e repressivo do governo do período.

O movimento do custo de vida, que no fim dos setenta ficou conhecido como Movimento Contra a Carestia teve seu embrião nas paróquias das zonas sul e leste da cidade de São Paulo. 

Por volta de 1973, donas de casa e militantes sociais, que participavam dos clubes de mães, organizavam encontros para lutar pela diminuição dos preços dos alimentos de primeira necessidade, como leite, arroz e feijão.

A ex-vereadora e deputada estadual Ana Martins atuou no movimento como coordenadora dos encontros. Na opinião dela, o apoio institucional da igreja católica foi decisivo para o movimento crescer, o que só foi possível pelo compromisso de D. Paulo com a luta popular assim como de outros religiosos como Dom Angélico.

Atualmente integrante da União Brasileira de Mulheres (UBM), Ana afirmou que a postura do arcebispo colocou a igreja como instituição a serviço do povo. “A luta do movimento popular quando não tem umas pontas institucionais ela não se sustenta”, explicou.

Ela lembrou que D. Paulo era criticado pelo setor conservador da igreja, o que não o impediu de exercer o compromisso com a luta por justiça social. “Quando lideranças de bairro começaram a ser presas o movimento recorria a d. Paulo e ele ia no exército, ia no Dops, pessoalmente”, recordou Ana.

Nos primeiros anos havia cerca de 400 clubes de mães atuando no movimento do custo de vida na periferia de São Paulo. A cada seis meses eram organizados seminários de formação e em algumas delas D. Paulo estava presente.

“D. Paulo passava, sempre dava uma palavra. Não tinha missa. Ele dava uma palavra e sempre entusiasmava”. Os encontros reuniam em média 300 pessoas debatendo as condições de vida da periferia e formas de melhorar essas condições.

Ana contou que antes da nomeação de D.Paulo como arcebispo as lutas populares não ecoavam na igreja católica em São Paulo. 

“Ele fomentou a criação das comunidades de base, além de discutirem os princípios religiosos, o evangelho, discutia também as condições de vida o que possibilitou um engajamento”. 

A violenta repressão em 78 ao ato na praça da Sé, em São Paulo, organizado pelo movimento contra a carestia ganhou visibilidade na imprensa. Na ocasião, os participantes tentaram se proteger da polícia na catedral onde foi realizada a assembleia, com a anuência de D. Paulo.  

Neide Abati esteve no dia do ato com o marido e os dois filhos pequenos. Ela, que é irmã de Ana Martins, também foi coordenadora de um dos clubes de mães na zona sul. Segundo Neide, D. Paulo era um “refúgio” para os participantes do movimento contra a carestia.

“Estava sempre do nosso lado. Acionava os padres, amigos, advogados. Se os direitos humanos não eram respeitados ele denunciava, avisava os padres com informações, ajudava a achar corpos e aqueles que estavam presos”, lembrou Neide.

Para ela a atuação dos padres naquele período era muito avançada. “Avalio como uma igreja da teologia da libertação autêntica e que abria o espaço para toda a visão socialista. Essa visão cristã autêntica não discriminava, era um trabalho avançado que hoje isso andou pra trás”, analisou.

Instrumento importante para despertar a consciência política e a resistência à ditadura, o movimento contra a carestia incorporou outros segmentos de trabalhadores e ganhou contornos nacionais a partir de 76. Incluiu entre as reivindicações a luta pela reforma agrária e a anistia.

De acordo com Neide, o movimento “deu uma força pra classe operária se organizar no seu sindicato”. “Depois o movimento não aparecia mais porque deu origem a outros avanços. É o meu entender, é o entender de quem estava lá”. 

Atualmente Neide é atuante na União Popular de Mulheres, entidade herdeira das lutas do movimento dos clubes de mães do movimento do custo de vida.

Sindicalismo

A Central de Trabalhadores e Trabalhadores do Brasil (CTB) divulgou nota nesta quinta-feira (15) nota homenageando a trajetória do ex-arcebispo de São Paulo, o bispo do povo Dom Paulo Evaristo Arns. O sacerdote faleceu nesta quarta-feira (14) em São Paulo. Reunida em Belo Horizonte, a direção nacional da CTB relembrou que Dom Paulo dedicou a vida em “defesa dos trabalhadores, dos pobres e dos direitos humanos”, lembrando suas realizações em momento dramáticos da vida política do país.

“A melhor forma de homenagear este grande brasileiro é perseverar na luta por um Brasil democrático, soberano e com justiça social, bandeiras que Dom Paulo manteve erguidas em sua vida”, diz a nota.

Lula e Dilma

Os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff emitiram nota de pesar pelo morte de Dom Evaristo Arns, nesta quarta-feira (14). Lula destaca que Dom Paulo “sempre teve lado: o lado dos mais pobres” e que “o Brasil perdeu um dos seus maiores símbolos na luta pela Justiça”.

“Nossa América perdeu a voz destemida que enfrentou ditaduras truculentas e o braço amigo que abrigou centenas de refugiados que eram perseguidos nos países vizinhos. O mundo perdeu um vulto gigante na defesa universal dos Direitos Humanos”, diz. “O Brasil perde muito. Mas não perde nenhum de seus ensinamentos e de suas lições”, afirma Lula.

A presidenta Dilma Rousseff classificou o arcebispo emérito de São Paulo como um líder “incansável na defesa dos direitos humanos”.

“Recebo com pesar a notícia do falecimento de Dom Paulo Evaristo Arns, grande líder progressista incansável na defesa dos direitos humanos e da liberdade. Dom Paulo será sempre lembrado como símbolo da luta pela democracia, por sua atuação contra a ditadura. O Brasil perde um defensor dos pobres, que passou a vida pregando igualdade de direitos e o fim da exclusão social. Descanse em paz, amigo do povo. Seguiremos lutando!”, afirmou Dilma.