O lamento de um coração abandonado,

Lembrando coisas de recente passado,
A nostalgia que no peito impera,
É a mesma que a alma dilacera.

Amor que se descobre só na véspera,
Amor com sabor de linda nêspera,
Amor recente, com requinte do passado,
Amor doído de um coração abandonado.

Bebo o elixir da vida mui amargo,
Basta o fel dos amargos percalços,
Basta do sofrer por quem não nos quer.

Calma, diz-me o anjo, que à porta vigia ao largo,
Calma, diz-me a musa mencionada  nos almaços
Calma, diz-me o espírito desse sonho; a mulher!

Autor: Antônio Carlos Affonso dos Santos