A batalha

 

 

A batalha fere
a lei da gravidade
e é tão azul
como os  mapas
que os generais
confrontam
e os mapas
de um exército vivo
entre rajada
e sol (o).

 

 

Azul a tarde
a desconhece
e os olhos
tenros
do vento.

 

 

Se a ordem é matar,
matar, o sangue
é matar, o chão
dispara e mata.

 

 

O céu também dispara
e quer matar
e não  há dimensão
alguma no universo.

 

 

Bolívar indaga:
“ Como libertar
sem a batalha
ou amanhar
a  terra
sem arado?”

 

 

Como , se hostil
o cano do ar
parece consignar
que a mecha da manhã
é disparar?

 

 

E Bolívar sabe
que a batalha
mata, sem
libertar
o homem
de seu alvo.

 

 

E sabe
que tudo
é libertável.

 

 

Até o fardo
de nascer
Bolívar.

 

 

 

Carlos Nejar – Simón , Vento Bolívar