Bem antes já fora de um livro,
agora, em meu pensamento, vaga um homem
a puxar o seu camelo pelo deserto do mundo.
Aquele som de violino incansável que nunca toquei,
perseguirá calmamente uma luz sem nome.
Tantas coisas divididas: “Este sapato é de Rosa, este vestido
é de Flor e estas asas, pra voar”…
Este chão sob meus pés que se revelam descalços,
esta força que a vida faz pra nos manter no caminho,
até nos reduzir de vez…
Deus, por mais que eu compreenda
que a dor é uma coisa do homem
porque é dotado de um coração abafado no peito,
Só eu sinto a minha dor… até minha própria alegria.
Existirá solidão maior?
Oh, esta tarde é tão exata sobre mim.
E juntas, estamos sós.

 

    Marta Eugênia é Especialista em Linguística e Professora de Língua Portuguesa na cidade de Arapiraca em Alagoas.