Às dezessete horas do dia 1º de junho de 1961 nasceu o 5º filho do casal Pedro Celestino da Silva e Odete de Mélo e Silva. Nasceu em casa, na Av. Cel. Cordeiro,nº 102, pelas mãos da parteira Noêmia Vieira.

      Pedro Filho era um irmão mais novo, embora a diferença de idade não fosse tão grande, parecia mais um filho que um irmão, embora às vezes quisesse ser meu pai. Ele viveu trinta e dois anos. Um tempo muito curto. Talvez soubesse que sua passagem na terra fosse tão rápida e por isso viveu cada minuto intensamente. Aproveitou todos os momentos. Criou laços e se especializou em fazer amigos.

      Pedro Filho viveu sua infância em Pedro II, foi batizado na igreja de Nossa senhora da Conceição, tendo como padrinhos o Sr. Chico Café e Dona Alice e como madrinha de apresentação Isabel Café. Na igreja Matriz ele também fez sua primeira comunhão. Não chegou a se crismar, mas considerou, com muito orgulho, o Sr. Valdivino Macêdo como padrinho a vida inteira. Foi Alfabetizado na Escola Madre Rosa, o que era motivo de distinção honrosa.

      Numa vizinhança de famílias numerosas fez grandes-amigos-irmãos  e ali na “ponte” ele foi uma criança feliz: aprendeu a nadar na passagem; andou de bicicleta; soltou papagaio; jogou bola; correu pelas ruas…e como todo menino do interior foi  um menino livre.

      Ainda criança mudou com seus pais para Teresina, mas nunca perdeu o vínculo com sua cidade. Todas as suas férias eram passadas em Pedro II. E Pedro Filho se tronou homem tendo como referência a família e os amigos de sua cidade natal. Um jovem sonhador e bravo guerreiro na defesa dos seus ideais.

      A agronomia – sua grande paixão. Embora não tenha concluído o curso, a Universidade Federal do Piauí foi uma Escola de vida e de sonhos. Pedro Filho tinha uma aptidão inata para construir amizades e na agronomia encontrou um campo fértil. Na Escola, logo se destacou pela inteligência e conhecimento. Participou ativamente da vida universitária e ali criou raízes. No Centro de Ciências Agrárias a gratidão constante dos amigos mais uma vez se manifestou quando ele foi um dos homenageados (in memorian) da turma Prof. Cristovam Colombo Belfori, placa apostada no Campus universitário eternizando a sua passagem.

      O Banco do Brasil, não era, apenas, uma instituição financeira, era sua vida – tinha orgulho de fazer parte do quadro de funcionários do Banco do Brasil e foi o BB que possibilitou que ele voltasse a morar em Pedro II fazendo parte do seu quadro efetivo. Também no Banco do Brasil ele foi muito mais que um funcionário, foi um amigo e também recebeu o agradecimento de seus colegas quando deram o seu nome à AABB de Pedro II, homenagem pelo reconhecimento de uma bela parceria.
O Sítio Santa Mônica foi a realização de um desejo. Ali foi o lugar que ele escolheu para fazer a sua morada. Era um vínculo eterno de sua família com a cidade. Construiu uma casa, preparou a terra, plantou árvores e cultivou sonhos. Deixou uma terra marcada pelo amor.

      Pedro II, sua cidade amada – Ninguém teve mais orgulho de sua terra natal do que Pedro Filho. Pedro II era a maior, a melhor e a mais completa. Pedro Filho era um cartão de visita vivo de sua cidade – Mais pedrossegundense impossível.

      E como todo pedrossegundense a política corria em suas veias.

      Vivendo o processo de redemocratização do país, foi um dos fundadores do PDT em Pedro II, era um grande admirador de Leonel Brizola. Logo depois atendendo aos apelos dos comunistas levou os amigos brizolistas a junto com ele assinarem a ficha de filiação do PC do B, contribuindo para sua legalidade. E assim trabalhou silenciosamente para ajudar a tirar o PC do B da clandestinidade. Eram novos tempos… E o sol brilhava para todos.

      Além da família, do estudo, do trabalho e da política, Pedro Filho abraçou outra causa: o esporte.

      Um apaixonado pelo esporte, principalmente o futebol. No esporte ele encontrou sempre o ponto de partida para uma nova amizade, laços que se fortaleciam com o passar dos tempos e assim Pedro Filho conseguia multiplicar os amigos.

      E hoje quando a cidade de Pedro II, através da Prefeitura Municipal que tem à frente o ilustre Prefeito Alvimar Martins, escolhe o nome de Pedro II para o Ginásio Poliesportivo, demonstra o reconhecimento do seu povo. É uma manifestação de carinho por um atleta, um estudante, um profissional, um filho querido que durante os poucos anos que viveu conosco mostrou com garra e dedicação a importância da superação. Sempre acreditou no homem, na sua capacidade de luta. Os obstáculos eram barreiras a serem vencidas pela determinação. Ele compreendeu a importância do esporte na formação das crianças e adolescentes e por isso foi um grande incentivador do esporte. Pedro Filho nos deixou o exemplo de vencedor. E acredito que neste momento, com a inauguração desta praça de esportes, em algum lugar no céu uma estrela abrirá um sorriso de vitória.
Depois de mais de uma década de sua partida, ainda sinto o calor do seu amor. Pedro Filho está sempre presente nos meus momentos mais simples e mais grandiosos. Pedro Filho para mim continua sendo um exemplo de camaradagem, um exemplo de grandeza.

      Se procurássemos uma palavra para traduzir o perfil de Pedro Filho: a palavra seria amigo. Amigo numa noitada. Amigo na madrugada. Amigo em casa. Amigo na cidade. Enfim amigos de todas as horas. Ele deixou mais de uma centena de amigos. Amigos que com certeza comungam comigo de modo irrestrito no formato desta homenagem e na impossibilidade de citar cada um deles quero abraçar a todos mencionando um em especial: Manoel Gomes de Castro, o nosso amigo Manoelzinho.

      Passados quinze anos de sua partida ainda ecoa pelas nossas ruas o seu grito de amor por esta cidade.

      Passados quinze anos de sua partida ainda permanece viva em cada canto desta cidade a imagem séria e ao mesmo tempo brincalhona de um apaixonado pela sua terra natal

      Passados quinze anos de sua partida ainda é sua coragem que se derrama sobre a cidade mostrando a garra dos nossos jovens na busca de oportunidades.

      Pedro Filho mais do que um nome é o retrato vivo da nossa geração a ser reverenciado.

      Hoje, fica imortalizado nomeando um Ginásio de Esportes, uma praça de vida, um espaço para formar atletas e destacar talentos. Um local onde nossa juventude despertará em sonhos. Um recanto da cidade onde sempre haverá uma luz apontando para o futuro.