1

O açúcar quer – e assim perde – adoçar
o que vem de ser melo, infiltrar-se
diabético, adoçando entre os cabrais,
que se crê adoçam também a carne,
ao compô-la morta, bem por igual
no que perde o açúcar canalizado
para o carnal melo versusinar
engenho próprio por onde açucar não há.

2

Há severinas sem gosto escolar,
Pernambuco adiantado no mapa
com poema geográfico atrás.
Há pernambucopiado à espingarda.
No Recife, há bilhares canais,
há putas mágicas que engolem tacos
para o carnal melo versusinar
engenho, por onde açucar não há.

Versos Ilegais – Ricardo Albuquerque
Águas Brasileiras Editora – edição 2001