Louco, sim, louco, porque quis grandeza
Qual a Sorte não dá
Não coube em mim minha certeza;
Por isso onde o areal está
Fico meu ser que houve, não o que há.

Minha loucura, outros que me a tomem
Com o que nela ia.
Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria?

 

Mensagem Fernando Pessoa
Editora FTD, 1992