Dia 25 de novembro, as 19h00, na FUNARTE (Alameda Nothmann, 1058 – próximo ao metrô Santa Cecília), haverá o debate-lançamento da 2a; edição do livro “Dialética Radical do Brasil Negro” de Clóvis Moura.
A mesa do debate será composta por:
AUGUSTO BUONICORE – Historiador e secretário geral da Fundação Maurício Grabois.
ROSA MARIA ANACLETO – Presidenta da União de Negros pela Igualdade de São Paulo
DENNIS DE OLIVEIRA – Professor associado da Universidade de São Paulo, membro do Neinb/USP (Núcleo de Apoio à Pesquisa e Estudos Interdisciplinares sobre o Negro Brasileiro) e coordenador da comissão política do Coletivo Quilombação.
SILVIO ALMEIDA – Professor doutor em Direito pela Universidade de São Paulo, professor da Universidade Mackenzie e Universidade São Judas, membro da comissão política do Coletivo Quilombação e presidente do Instituto Luiz Gama.
MÁRCIO FARIAS – Mestrando em Psicologia Social pela PUC/SP, membro do NEPAFRO (Núcleo de Estudos e Pesquisas Afro-Americanas)

GEVANILDA SANTOS – Doutora em Ciências Sociais pela PUC/SP, membro da Soweto-Organização Negra (filiada à Coordenação Nacional de Entidades Negras – CONEN)Lançamento da segunda edição do livro “Dialética Radical do Brasil Negro” de Clóvis Moura

Comentários sobre a obra:
Dialética Radical do Brasil Negro estava fora de catálogo há muitos anos e vinha se tornando uma verdadeira raridade bibliográfica. Fato que, sem dúvida, acarretou grandes prejuízos àqueles que desejavam ter contato com essa interpretação radical e original da formação social brasileira. Por isso, resolvemos unir esforços visando a republicá-la, contribuindo para maior difusão do pensamento de Clóvis Moura.
O autor não foi apenas um estudioso das questões do negro brasileiro, mas também um comunista e ativo militante das causas sociais. Tornou-se um colaborador do Movimento Negro Unificado (MNU) e da União de Negros Pela Igualdade (UNEGRO), da qual se transformou num dos principais ideólogos.
O livro traz importantes contribuições ao debate sobre os modos de produção predominantes nos primeiros séculos da nossa história. Moura definiu-o com escravista, pois não havíamos tido naquele período a predominância de relações de tipo feudal ou capitalista. Foi essa constatação original que nos permitiu compreender mais e melhor a dinâmica da luta de classes e o papel desempenhado pelos negros escravizados. Estes puderam aparecer com um novo estatuto na historiografia brasileira. Deixaram de ser vistos como elementos passivos e passaram a ser considerados agentes importantes no processo de transformação da sociedade.
Segundo o professor Dennis de Oliveira: “a concepção moureana tem impactos significativos na discussão das relações raciais Brasil. Ela entendeu o racismo não como resquícios de uma sociedade arcaica que poderiam ser enfrentados à medida que a modernização capitalista fosse avançando, mas como elemento central que está na gênese do próprio capitalismo brasileiro”.  Sua “perspectiva de colocar a opressão racial dentro da lógica do sistema capitalista brasileiro aponta para a necessidade de se articular a luta contra o racismo com a luta contra o capital. Em outras palavras, luta anti-racista e luta de classes se imbricam e se articulam mutuamente”.

Promoção: Fundação Maurício Grabois, Núcleo de estudos Interdisciplinares sobre o negro brasileiro da USP (NEINB-USP), UNEGRO-SP, Quilombação, Instituto Luiz Gama, Circulo Palmarino, Coordenação Nacional das Entidades Negras,  Dikamba editorial, Editora Anita Garibaldi.